Viagem doida de um cara cansado de trabalhar num escritório na Av. Paulista (não usei drogas)
Onze e quarenta e cinco da noite
Ainda trabalhando no alto da Avenida Paulista
Parei por alguns minutos na janela do banheiro do nono andar
E olhei par baixo
Que lindo!!!
O som da cidade, prédios iluminados, aquelas músicas animadas que chamo de “Puts Puts” que os jovens ouvem nos carros...
Glamour...
A fumaça do meu cigarro fazia daquele momento um show!
As sirenes das ambulâncias, os semáforos coloridos, as pessoas com pressa...
Parecia um filme.
“Engraçado!!” Pensei, “e se eu pudesse transformar tudo!!!”.
Tenho imaginação de sobra pra isso.
Apaguei todas as luzes
Boom!!!
Tirei todo o som
shiiiiiii...!!!
Assoprei todas as nuvens (na verdade cortina de fumaça!)
Fuuuu!!
Olha só!! Que mágico!! Tem estrelas lindas lá em cima!!!
Forrei com grama baixinha todo o chão
Troquei a avenida cheia de carros por um lindo rio que refletia as estrelas
Incrível!!!
Transformei os prédios em arvores e pequenas montanhas
E agora o que faço com as pessoas?
Já sei!!!
Apaga-las seria radical demais, então alguns viraram peixes para o rio,
Outros cervos, outros pássaros, sapos, plantas, flores, pedras, vaga lumes...
E eu vendo toda aquela magia não pude ficar de fora,
Me transformei em uma mariposa e voei.
As pessoas com pressa eram agora animais correndo e brincando
E a barulheira metropolitana, agora era música... Cantos, água, assovios, sopro do vento...
O único humano que deixei como estava era um velho bêbado que cantava poesias de sua época.
Um Bardo.
Foi a noite mais incrível!
Mas acordei, era uma hora da manhã.
Perdi o metrô, a lotação, o ônibus...
Desliguei meu computador, desci o elevador.
E fui pra casa voando no meio da floresta que criei.