TEIMOSO

Eia!
Eis-me aqui, novamente
Com o vezeiro modo ímpar de me contemplar aos beijos do verso.

Eis-me sorridente e condolente
Reticente aos espasmos
Resistente à deslizada parafina.

Espanta-me as teias a se amontoarem em meu seio
Pelos tempos últimos sobraram essência
Sorveram das artérias tão fatigadas, vão destemidas.

Importa-me a eterna pena pensante
A brisa me nocauteando com o amor mais sublime
No vão enclausurado, aos passos de abutres no telhado.

Lambe-me a alma, intensos labores exauridos
De roxas pétalas, prásinas esmeraldas e de escarlates rubis...
A me intensificar debalde, a me engravidar; reles intenções.

Só para me acolchoar a prosa, para encaixotar os assazes verbos
A me enveredar nas azinhagas sânscritas...
E me vou célere, incólume, e, mais uma vez, marulhar no escuro.   
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 13/03/2015
Reeditado em 13/03/2015
Código do texto: T5168603
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.