Um matuto no consultório de psicologia
Seu doutor, favor me acuda
estou sofrendo com uma dor aguda
Seu doutor tá muito ruim viver desse jeito
Com essa dor peito.
Me mandaram vir aqui, pra o senhor me ajudar,
Moro lá na roça, faz um dia que eu viajo no lombo de um jumento,
pois não tenho carro pra andar,
mas seu doutor, por favor, lhe peço que escute o meu lamento,
me disseram que o senhor cura essas dor, do tal do sofrimento.
Peço a sua licença, me deixe nessa cama deitar, zezim me disse que é nesta cama que o senhor vai comigo conversar,
só estou encucado com uma coisa; ainda não vi o tal do “divã” que é o seu auxiliar.
Risos,... Calma senhor João, o senhor está um tanto alvoraçado, deixe-me pelo menos me apresentar; me chamo Jorge Aragão, sou psicólogo e terapeuta geral, atendo aqui nesta sala diversos casos como o seu, e o divã que o senhor procura é esta cama de deitar.
Ah! Seu doutor, bem que desconfiei de zezim, mas não quis comentar, quando me disse que deitou em cima deste “divã”,... eu já estava assustado, pensando aqui comigo, se não me aconteceria o mesmo que a zezim, que chegaria aqui cabra macho e sairia afeminado.
Risos... Mas me diga senhor João, que lhe causa tanta dor?
Se aperrei não seu doutor, que o senhor já me curou, com sua licença, já vou indo.
Mas como assim, lhe curei! Esclareça-me?
Sabe o que é seu doutor, é que estou apressado, pois preciso contar pra minha irmã que zezim ainda é macho. Tenho que avisar, pro pai de Alfredo, pra soltar o meu amigo, pois não corre nenhum perigo, tenho que avisar pra minha irmã que uma matuta, pra não acabar o casório, pois zezim ainda é macho e macho que é macho, nunca muda.
Logo fique sabendo, que minha dor e desalento, era por zezim, pois não tem nada pior pra um matuto lá na roça, onde eu moro, depois da tanto tempo de macho se chamado na vila de homem afeminado...