IMÓVEL RETORNO

Imóvel esteja eu dos seus dardos atingíveis.

Porque quando você se aproxima detona os fardos que não foram vividos no passado, todos eles acumulados.

Por que você insiste em tocar tão alto este apito? Ferindo meu ouvido, trazendo barulhos ao meu silêncio tranquilo de tempos.

Por que esse seu rolo compressor a sobrepor em mim o peso do que não é possível?

Ilesa saia eu dessas reações e aflições, que eu tenha sabedoria para agir em meio a potros e garanhões. Porque minha fúria é corporal e alma ainda cerebral.

Porque o fato de se perder a magia, não amansa o apetite do tempo. E hoje eu tenho um conhecimento que não tinha, eu domei os anos, os panos do que eu não pude sair antes.

Estática esteja eu quando você souber do amor que se pode haver entre estetas, que podem querer se roçar e nunca mais se locomover deste esfregar.

Que eu vire estátua e sinta que você ainda pode me mover da paralisia, do choque, que é retornar a você num simples dia.

Helena Istiraneopulos
Enviado por Helena Istiraneopulos em 07/06/2007
Código do texto: T517297
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