Ilustração/Lreinhardt
 
  Escadas, muitas escadas. Degraus muitos degraus,  O armário azul de madeira rústica nasceria algum tempo depois. Agora era aquela escadinha inclinada da porta da cozinha
que descia ao céu do padre Santo. Lá embaixo os anjos em roda, monjolo girando, lugar de boca escancarada, verdejante.... Mas, na porta a placa  de proibição, era veemente proibido decer até o céu. Assim, grades ergueram-se e um portão mediano deixaria entrever por entre as frestas o paraíso lá embaixo. Zocha espiava pelas frestas, os anjos cantarolavam, havia toddy, espuma de sabonete lever...a pequena não titubeou, criança quando gosta gosta, se não gosta diz,  e se manha, vai...e foi...caiu com portão e tudo no paraíso numa poça de sangue, e outras fontes jorrariam de seu narizinho sensível...sem condescendencias, a mãe acamada de barrigão quase parindo ajudou a segura-la. Jamais, jamais acontecera isso antes, o pai não tinha jeito para essas coisas, mas, trouxe o homem de branco, de bigode preto, e mesmo a menina perdendo as penas, como uma avezinnha no matadouro, o homem lhe fisgou a agulha na traseiro porque era grave a hemorragia de uma Capitu de quatro anos de idade...Zocha não teve dúvidas, ao cabo da coisa virou-se para o tal de branco e encarando-o cuspiu-lhe: - OHHH SEU CACHORRO!!!!  impossível não gritar a verdade!!!!