Diria.
Diria que a diretoria estava equivocada, que grande parte das decisões e despesas foram precipitadas, que o calhamaço de papéis não serviriam nem para acender um churrasco, que tudo já era e que Roberto Carlos não passava de um grande palhaço.
Diria para meus filhos não se calarem diante as injustiças do Mundo, nem mesmo que lhes comprovassem que Papai Noel não existe, que Noé não construiu arca porra nenhuma, que Cristo fora assassinado como um bandido, tentando transmitir paz e passar uma mensagem positiva, que grande parte da verdadeira história fora queimada, que a imposição do medo era a lei que imperava e que vivemos a versão forjada daquilo que ditaram, a versão do nojo e do ódio.
Diria a você aquilo que ninguém teria coragem de dizer, em seu ouvido esquerdo, para que sua alma não esquecesse, que o amor foi uma palavra inventada por quem nunca soube amar.
E diria mais, se me fosse dada a palavra antes daquele fatídico infarto, diria aquilo que não compensaria ser dito por ninguém, nem pelo dito cujo que um dia se intitulou alguém, diria amém, amem!, vivam o agora sem se preocuparem com o além, porque aqui estamos e nem sempre ouvimos e recebemos o que merecemos e esperamos.