Quando o Sol nasce!

E vou indo... Andando por becos escuros, por ruas vazias, por vilas frias e sujas. E vou caminhando, a busca de nada e nem de ninguém. Não tenho mais motivos para esperar, e nem achar que alguém pode vir atrás de mim. No final do traçado tudo é igual, os jogos, as caras e bocas, e intensões, não importa se são segundas ou terceiras, são todas iguais.

Não gosto de ninguém, não necessarimente gosto de mim. Sinceramente me suporto, me sustento, me aguento. Afinal não posso me desligar de mim, nem mesmo deixar de me atender.

Mas vou indo, sem rumo ao certo, sem certeza de chegadas, sem esperanças de um final feliz. Isso é para os tolos. Final feliz é para quem ainda tem esperança, final feliz é para os desesperançosos.

Covardes todos as aqueles que querem jogar suas expectativas em cima de alguém. Ninguém ajuda, ninguém se importa, ninguém quer realmente saber como você está. Não quero te consolar, nem te servir de apoio, não sou paga para isso, e nem mesmo quero ser. Não quero renovar-te as esperanças, e nem me ponha em um pedestal, o risco de cair é muito grande.

E nos acertamos assim, e não faço o mesmo contingo. Nem mesmo quero! Quero ser livre, não quero esse poder de poder te dominar, não quero ninguém em minhas mãos, muito menos aos meus pés. Já que não posso ajudar, não quero tirar proveito da sua dor ou carência. Vamos encarar essa balburdia juntos, vamos aproveitar e gozar desse mundo insano e sem lei. Vamos correndo, em alta velocidade e bater de frente com aquele muro. Vamos, pular do alto desse abismo sem fim, vamos nadar contra a corrente, vamos viver!

E em um segundo tudo muda, e nada do que me faz sentindo agora, será tão concreto e sabio daqui uns minutos. E não me importo com isso. Não importo com nada.

Há tanto tempo já fechei meu coração, e desistir de tentar aprender o que é amar. E digo, por experiência própria, é muito mais seguro seguir assim, muito mais simples, muito mais divertido. Não quero me iludir e depois perceber, com uma risada no canto da boca, o quanto foi perda de tempo de minha parte, porque ninguém nunca se importou com o que eu sentia, ou com o que eu deixo de sentir. Então porque eu deveria me importar?! E deveria?

E que venham tantos outros, que vou jurar amor infinito, mas que acaba assim que o Sol nasce, e eu fecho mais uma outra porta de outro carro.