E não demora muito...

E não demora muito, as minhas mãos estarão avelhantadas, eu sei.

E ainda assim sentirão o toque das tuas, ainda assim as segurarão.

Em qualquer momento desses o espelho vai me surpreender, vai me mostrar com todas as rugas, com seu jeito lascivo em que figura o tempo me transformou; e certamente vai querer saber onde estivemos enquanto o tempo em seu tempo passava.

Talvez olhemos cúmplices um para o outro e em um saboroso uníssono responderemos:

_Não sei.

Ficaremos tristes?

_Provavelmente não, com certeza gargalharemos com os nossos olhos fulgentes de um adolescente amor.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 27/04/2015
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