DESMORONAR

Fitei-a a se despedaçar

Vela opaca em desalinho

Homogênea cicuta imbricada de espinho

Núcleo do meu sonho - a mortalha se arrochou.

À cega e rota marcha da aldrava

Coração patife e olor de alho

O ranço apoitado nas retinas

E a vida a sorver, a morrer, tomo a tomo.

Com repleto perigalho de acúleos

Migro tonto o olhar desvairado

São as mesmas tristes e velhas mágoas

Que se revelam ignotas, que se velam em catre.

Outrora, ouviu-se estrondo mudo

E o mundo profuso escorrido de lágrimas arrefeceu-se

Pudera!

Casta idade e deveras solta

Quisera!

Ser o par da finada rosa e o semblante prásino a desmoronar.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 05/05/2015
Reeditado em 05/05/2015
Código do texto: T5231659
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.