A DIVAGAR

Invade gris a tarde rota, enroscada
Sobre a mesa, o fel nosso, o cotidiano.

Jaz o enternecer nos vastos cabelos do tempo
Pergaminhos amarelecerão, tais o senão.

Como é tênue a tarde quando se está introspectivo!
Sem arestas cravejadas de pólvora, sem espuma
Como é bela a tarde riscada de giz...
Quão pungente toca!

Toda solta, a brindar com o escarlate
A rota seca do desejo mudo, quase acéfalo
Um animar-se de fato.

Se me invade a vida besta
Crerei no enlamear das rochas
E na nostalgia do porvir...

No sustentar, no aplaudir e no poder do toque 
Nem um sopro, apenas carícias e foundant.

Ademais, com quantas claras se faz um chantilly?
Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 19/05/2015
Reeditado em 19/05/2015
Código do texto: T5247249
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