Entrega.
Sem que possa beijar-te neste doce instante,
Padece aqui este mortal que muito te adora,
Propus-te ser teu desde amigo até amante,
Neste desejo a alma também será da senhora,
Entreguei-te o meu amor ao saber delirante,
Uma chama total que aos poucos me devora,
Ele é intenso, inteiro, formalmente constante,
Afortunado e a tua disposição em qualquer hora,
O expresso em todo tempo diante a lua prateada,
Ou nos momentos em que o sol logo se anuncia,
Nas intermitências onde o tempo faz morada,
No espaço intervalado que é composto de magia,
Dou-me neste inteiro por completo sem disputa,
Neste composto amparado sou feliz por ser teu,
Nesta sorte em ventura clamo que haja a permuta,
Nas bênçãos que o próprio criador me concedeu,
Todo e qualquer prazer de vida neste termo se associa,
E minha esperança desmedida vem a galope debruçada,
Para completar a minha devoção te desposarei um dia,
Efetivando fisicamente minha entrega a ti, doce amada!