Devoção. I

Finda o outono que nunca conhecerá o verão,

Mas mantém-se coloridas as rosas no jardim,

Há um pedaço de céu cruzando a janela do porão,

Ajustado a um lindo sorriso esboçado para mim,

Um canário embalando a fantasia que eu sonhava,

Rompendo o silêncio anunciou-se a tua imagem,

Junto ao crédito de amor que o criador executava,

Trazendo a promessa que dá rumo nesta passagem,

Teu nome escrito nas estrelas em efeitos luminosos,

Letras que anunciam a generosidade de cada instante,

Associados aos teus ditos por excelência gloriosos,

Que mantém o meu coração cada vez mais palpitante,

Despertando a estação que no tempo nunca para,

Trazendo a brandura nos termos pulcros do respeito,

Tu és a porta secreta que leva ao gozo em forma rara,

Apresentando o alívio metafísico à amargura no peito,

Nem a morte desfará o enleio com seu vil insulto,

Porquanto te terei em vida num período infindo,

Teu sorriso já me perdoou oferecendo-me indulto,

E na sobra de tempo, existirei neste momento lindo...

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 23/05/2015
Código do texto: T5251712
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