Devoção. I
Finda o outono que nunca conhecerá o verão,
Mas mantém-se coloridas as rosas no jardim,
Há um pedaço de céu cruzando a janela do porão,
Ajustado a um lindo sorriso esboçado para mim,
Um canário embalando a fantasia que eu sonhava,
Rompendo o silêncio anunciou-se a tua imagem,
Junto ao crédito de amor que o criador executava,
Trazendo a promessa que dá rumo nesta passagem,
Teu nome escrito nas estrelas em efeitos luminosos,
Letras que anunciam a generosidade de cada instante,
Associados aos teus ditos por excelência gloriosos,
Que mantém o meu coração cada vez mais palpitante,
Despertando a estação que no tempo nunca para,
Trazendo a brandura nos termos pulcros do respeito,
Tu és a porta secreta que leva ao gozo em forma rara,
Apresentando o alívio metafísico à amargura no peito,
Nem a morte desfará o enleio com seu vil insulto,
Porquanto te terei em vida num período infindo,
Teu sorriso já me perdoou oferecendo-me indulto,
E na sobra de tempo, existirei neste momento lindo...