Escólio.
É numa noite assim, em alguns conceitos, agitada e fria,
Que fica povoado de estrelas o céu mesmo com seu negror,
Quando estão solitários os corredores de minha nostalgia,
Que surge da sombra a luz que indica o caminho do amor,
Lá fora, cai rapidamente a chuvinha pelo vento impelida,
Dou-me a repensar nas faltas ditadas pelo meu lamento,
A chamejante ostentação pura da eloquência proferida,
Sempre registrada na condução do meu depoimento,
Na circunvizinhança, lufadas intermináveis do vento,
Batendo forte em tudo que encontra em sua corrida,
A mente convulsionada se desatrela do pensamento,
Fazendo com que a alma livre permaneça recolhida,
O golpear firme da névoa castiga a vidraça do aposento,
Associada ao corrupio da aragem em breve referência,
O impresso vazio recebe a declaração deste momento,
Timbrado pela aspiração quente de minha experiência,
Baforejo as mãos afastando o frio e não me consterno,
Cada linha para mim é uma condição de documento,
Elas serão testemunhas em outras noites de inverno,
E cada letra a nova afeição por meu melhor invento...