Escólio.

É numa noite assim, em alguns conceitos, agitada e fria,

Que fica povoado de estrelas o céu mesmo com seu negror,

Quando estão solitários os corredores de minha nostalgia,

Que surge da sombra a luz que indica o caminho do amor,

Lá fora, cai rapidamente a chuvinha pelo vento impelida,

Dou-me a repensar nas faltas ditadas pelo meu lamento,

A chamejante ostentação pura da eloquência proferida,

Sempre registrada na condução do meu depoimento,

Na circunvizinhança, lufadas intermináveis do vento,

Batendo forte em tudo que encontra em sua corrida,

A mente convulsionada se desatrela do pensamento,

Fazendo com que a alma livre permaneça recolhida,

O golpear firme da névoa castiga a vidraça do aposento,

Associada ao corrupio da aragem em breve referência,

O impresso vazio recebe a declaração deste momento,

Timbrado pela aspiração quente de minha experiência,

Baforejo as mãos afastando o frio e não me consterno,

Cada linha para mim é uma condição de documento,

Elas serão testemunhas em outras noites de inverno,

E cada letra a nova afeição por meu melhor invento...

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 01/06/2015
Reeditado em 02/06/2015
Código do texto: T5263103
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