LIQUEFAÇÃO POÉTICA
Indolor como machadada nas costas
Corta feito achaque de amor
Tenso e inebriante desastre
No amargo do verso.
Indelicado e febril
Age às escusas
Mar é nada!
Arde fundo no cio da alma.
Clama às pétalas injuriadas
Variegadas de sal e limão
Na odisseia da prosa
Plangente e desvirtuado gesto.
Entorna cego a botelha órfã
Mede os passos, as horas
Quiça, amanhã renascerá a vida
Envelopada em cetim, corada, desdizendo.
Não me fazes de obelisco
Nem me brinques em severo tom
Encontre-me às voltas com o tal peito
A secretar profuso e derradeiro mel.
A estação está por findar
Sorriso urge!