LIQUEFAÇÃO POÉTICA

Indolor como machadada nas costas

Corta feito achaque de amor

Tenso e inebriante desastre

No amargo do verso.

Indelicado e febril

Age às escusas

Mar é nada!

Arde fundo no cio da alma.

Clama às pétalas injuriadas

Variegadas de sal e limão

Na odisseia da prosa

Plangente e desvirtuado gesto.

Entorna cego a botelha órfã

Mede os passos, as horas

Quiça, amanhã renascerá a vida

Envelopada em cetim, corada, desdizendo.

Não me fazes de obelisco

Nem me brinques em severo tom

Encontre-me às voltas com o tal peito

A secretar profuso e derradeiro mel.

A estação está por findar

Sorriso urge!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 19/06/2015
Reeditado em 19/06/2015
Código do texto: T5282808
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