Confesso que vivi!

Entendo aquele que fere, entendo aquele que é ferido.

Sinto a falta dos presentes naquela data mais ausente.

Sei do que sente o faminto diante da mesa farta, e o que sente o cardíaco quando enfarta.

Gosto de beber da água da vida, embora envergonhada sem a certeza do merecimento. Será que fiz jus ao novo nascimento?

Entendo que posso fortalecer-me na dor, mas por que não me poupo de crescer além do que as "roupas me cabem"?

Sei que o que faz de mim, essa que lamenta, é o mesmo que dá condição para sorrir ao que se contenta.

Lamento ainda buscar o que se perdeu pois quando percebo já escorreguei aos corredores do museu desativado.

Por que me faz tremer o futuro, se o passado não hesita em lesar-me o peito cansado?

O presente é mesmo dádiva ofertada aos valentes, aos ousados que sabem dizer : Aqui, agora, e nada mais!

Busco sentido nas letras que se distraem de mim, falando mais do que pretendi, na ciranda do ensinei e aprendi.

Quero muito dizer um dia, "confesso que vivi"!

Voando Alto
Enviado por Voando Alto em 17/06/2007
Código do texto: T530372