Confesso que vivi!
Entendo aquele que fere, entendo aquele que é ferido.
Sinto a falta dos presentes naquela data mais ausente.
Sei do que sente o faminto diante da mesa farta, e o que sente o cardíaco quando enfarta.
Gosto de beber da água da vida, embora envergonhada sem a certeza do merecimento. Será que fiz jus ao novo nascimento?
Entendo que posso fortalecer-me na dor, mas por que não me poupo de crescer além do que as "roupas me cabem"?
Sei que o que faz de mim, essa que lamenta, é o mesmo que dá condição para sorrir ao que se contenta.
Lamento ainda buscar o que se perdeu pois quando percebo já escorreguei aos corredores do museu desativado.
Por que me faz tremer o futuro, se o passado não hesita em lesar-me o peito cansado?
O presente é mesmo dádiva ofertada aos valentes, aos ousados que sabem dizer : Aqui, agora, e nada mais!
Busco sentido nas letras que se distraem de mim, falando mais do que pretendi, na ciranda do ensinei e aprendi.
Quero muito dizer um dia, "confesso que vivi"!