MADRUGADA INSONE

MADRUGADA INSONE

Não tem mais noite escura,

não tem mais ternura para

embalar meu sono, só o resquício

do ano que passou a meia noite

e me deixou sem dormir.

Sem contar um resfriado para

me atazanar. Comi o frango assado

e um bacalhau enjoado que me deixou

empanzinado!

Até hoje não entendi o que comemorar

na passagem do ano. Tudo continua

na mesma.

O homem procura motivos para

permanecer vivo.

Cai uma chuva insistente e meu

nariz incompetente não me deixa

respirar!

A farofa estava ótima, não podia faltar.

Mas confesso que farofa entope!

Jamais compreendi estes momentos

em que se troca o horário da refeição

para comemorar o ano que passou.

Contamos o tempo para nele nos

localizarmos, ele desgasta nossa existência,

em tudo que fazemos fica um pouco de nós.

O dia aparece úmido, expulsa todos do mar,

Uns passam falando alto, outros gritam, alguns

bêbados, outros sóbrios, mas todos perdidos,

todos molhados, querem se mostrar,

vêm da praia onde foram louvar Iemanjá.

Voltam sem perspectiva no ar.

Flores brancas na água, patuás no pescoço,

vale tudo para obter as bênçãos da deusa do mar!

O dia fica claro, os carros começam a passar,

enquanto a madrugada se vai como a de um

dia qualquer, por acaso domingo. Procuro

a diferença, mas não há!

José Antonio da Silva - Cabo Frio 01/01/2012.

Zeantonio
Enviado por Zeantonio em 20/07/2015
Código do texto: T5318005
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