Me concedo abraços
Deita a cabeça sobre meu colo, esquece a aflição das horas, as pessoas à sua volta...era tudo que eu queria ouvir...mesmo que lá fora fosse dia e ainda que toda a agitação ao meu redor fosse como um furacão a me varrer a paciência e consumir meus sorrisos, hoje tão amarelados...
Dedos longos passeando sobre a minha pele tensa, enfiando pelos meus cabelos escovados...e um olhar de cumplicidade de quem não carece de palavras pra dizer: eu te amo; seria a dose perfeita para que meu corpo relaxasse e despretensiosamente deixasse cair as muralhas últimas da minha rebelde obsessão por verdades absolutas; essas que não existem mais.
Fecho os olhos, me concedo abraços só meus, enquanto as lágrimas insistem descer copiosamente porque meu corpo conhece tanto esses braços...