Me concedo abraços

Deita a cabeça sobre meu colo, esquece a aflição das horas, as pessoas à sua volta...era tudo que eu queria ouvir...mesmo que lá fora fosse dia e ainda que toda a agitação ao meu redor fosse como um furacão a me varrer a paciência e consumir meus sorrisos, hoje tão amarelados...

Dedos longos passeando sobre a minha pele tensa, enfiando pelos meus cabelos escovados...e um olhar de cumplicidade de quem não carece de palavras pra dizer: eu te amo; seria a dose perfeita para que meu corpo relaxasse e despretensiosamente deixasse cair as muralhas últimas da minha rebelde obsessão por verdades absolutas; essas que não existem mais.

Fecho os olhos, me concedo abraços só meus, enquanto as lágrimas insistem descer copiosamente porque meu corpo conhece tanto esses braços...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 23/09/2005
Código do texto: T53268
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