Tentativas metalingüísticas
Amor, palavra tão pequena. Substantivo abstrato, complicado, inexplicável. Segundo o dicionário “sentimento que conduz as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso”. Explicação insatisfatória. Mas como explicar metalingüisticamente o amor? Onde buscar palavras para descrever esta tão pequena palavra? Como formular frases, orações, teorias para dar sentido a ela? Palavras para explicar as palavras, para entender a palavra... Pára!
Melhor que descrever o amor é senti-lo. É ter a plena sensação de plenitude. Olhos a brilhar. Risos a toa sem e causa. Felicidade embriagante. Coração disparado. Corpo pulsante. Anseios, desejos, segredos. Nada como senti-lo. Sem vocábulos, sem concordância, sem sentidos atribuídos. Nada como fechar os olhos e saber que ele toma o corpo, transpassa-o e toma a alma de maneira inebriante. Traz sensações voluptuosas, misteriosas. Conduz o ser por caminhos inexistentes e inesquecíveis. Então, louca a tentativa metalingüística em explicá-lo. O amor por si mesmo sem explicar se explica.