Chata rotina

Porque estavam as crianças falando de coisas obscenas ocorridas em jogos virtuais? O mágico se iludiu consigo mesmo e furou sua cartola com o dinheiro de pedra e cal. O que Quintana falava do rádio e da TV agora ocorre com as redes que não são de balançar e sossego espreguiçante.

O mundo polido tão imunizado e lindo, menos lindo do que deveria. Porém, a estética prevalecia sobre a ética. Era absurdamente trágico o mototaxista que tirava nem um salário mensal adquirir o celular mais potente da categoria. E as marés de março se tornaram de abril. Esse mês nunca fez tanto frio como agora.

Tão bonita era a mulher reluzente que passava com cabelos gratinados de sol e massa de babosa, porém ela era leve e indiscutível como uma boneca de porcelana. Era como um Bonsai decorativo para casa de solteirões. Imóvel, vítreo e sem frutos. Mas os casórios como eram? Ah... os casórios tinham todas as obrigações sociais de papel passado e presente. As noivas sempre atrasadas, o que tinham de belas tinham de distantes.

Exageradamente maquiadas, como seria a maquiagem de qualquer relação que desse crédito a um papel quase que higiênico e repicado por conceitos legais e morais, supranacionais.

Mas não prejudique a sorte de quem acredita. Ficarei bastando-me em contos da carochinha, empinando pipas no arraial ermo. Joguem fora essas alfaces são para o cágado. Nós vamos sair para nos lambuzarmos de tortas de nozes com chantilly e uvas moscatel. Vamos adquirir a maior luneta do Halley e examinar trespassado o céu. Contarei um cordel, algo regional e épico. Tanta estória bonita ocorreu nessas baías, porque que eles insistem nos “Best Sellers” policiais?

São chatos em demasia, somente Holmes me satisfazia. Porém o filme acabou com o livro.

Vinicius Santana
Enviado por Vinicius Santana em 31/07/2015
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