Uma madrugada a ser esquecida

O vigilante assoprava o apito, mas não havia um ladrão para fugir; um cão ladrava, mas não havia um carro para ele perseguir; um bar teimava em ficar aberto, mas não havia um ébrio que tivesse um amor para esquecer, um seresteiro tocava seu violão, sem que uma janela se abrisse para ouvir; uma ambulância percorria a rua, sem que um paciente fizesse a sirene soar; ela realmente sentia dor de cabeça, argumento inútil, pois ele, também, não queria fazer amor; um carneirinho andava à deriva, sem que houvesse um insone para o contar, e a calma era tão latente , que sem nada para vivenciar...o tédio o pôs a dormir.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 01/08/2015
Reeditado em 01/08/2015
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