QUANTAS PALAVRAS

Quantas palavras poderiam ser ditas,

mas quantos as ouviriam?

Meu discurso é indigesto,fala de fome

e de protesto, quando não fala de amor.

Afinal que importância tem a fome para quem

come? O protesto para quem não

tem motivo ou o amor para quem

não ama?

Por que falar além do necessário

se quase ninguém aceita algo que

não seja comum?

Por que falar das sombras se há

tanta clareza sob a luz? A luz que clareia

a mente de quase todos não é a mesma

que alumia a de alguns beneméritos da

natureza, as sombras não mostram clareza.

A luz que alumia a cabeça de todos, brilha

apenas na cabeça de poucos. Não é a mesma

luz que mostra a todos, todas as coisas, é luz

que se dispersa e se apaga aos poucos.

Não na cabeça de poucos!

Poucos são alguns que se destacam no meio

de todos quando conseguem se fazer entender,

quando as palavras não são somente palavras

extemporâneas, distantes da realidade contemporânea.

Quando não são um pouco demais para ignorância,

posto que é mais fácil viver na mediocridade onde

se fala de moda em vez de fome, porque a fome de que falam

não é a fome que mata, mas, a fome que conta, somas

e somas incontáveis extraídas do imponderável egocentrismo

de poucos que dão as cartas que ganham o jogo, o maldito

jogo do venha a nós, a vosso reino nada!

Onde está o amor do imponderável egocentrismo humano?

Qual ego ama para não satisfazer-se? O ego ama a si mesmo,

mas projeta seu amor em outro ego, para ver de perto sua

exteriorização. Por olhar para dentro o ego não se vê. Se olhasse

em si não seria ego!

O ego tem um projeto solitário no qual espelha-se e se hipertrofia,

O ego é louco e autofágico, embora de forma incompreensível,

Escapa de si mesmo.

José Antonio da silva,

Rio de Janeiro, 30/12/2009.

(Ninguém ouve as minhas palavras,nem tampouco as lêem...)

Zeantonio
Enviado por Zeantonio em 10/08/2015
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