Olhos tristes

Vejo-os assim...

A perderem-se em um horizonte longe demais.

A buscar respostas para perguntas mudas, desejos perdidos e planos esquecidos.

Observo-os em cores tão nuas...

Verdes, azuis, cinza, castanhos... Quase todos perdendo o brilho.

Tristeza cantada e decantada em cada esquina.

À espera de algo que faça sentido. Mas o quê?

A cada cinco segundos uma olhada no email.

A cada dez, no celular.

Uma tormenta sem fim aguardando que algo surja e mude o dia.

Uma tela, uma imagem, mensagens, curtidas, tanto faz.

Qualquer coisa, qualquer fiapo, lembranças, migalhas.

Olhos aflitos...

Sigo-os em tantas partes, encontro-me com eles em tantos momentos.

Às vezes, até no espelho.

Lembro-me de épocas em que sorriam sem preço.

Falavam em sorrisos e abriam portas.

Algumas... Eram da alma.

Hoje são ansiosos, nervosos, grosseiros, inquisidores e frios.

Olhos dos dias, das ruas, dos bares, de tantos lares.

Olhos de ódio...

Olhos sedentos e olhos em eterna busca.

Alguns ainda cultivam alegria.

Outros tantos ainda acreditam.

E no mundo de insatisfação e promessas vazias,

Param momentaneamente à procura de outros olhares iguais,

De algum sentimento perdido.

De olhos que tragam alegria.

Na tarde morna que corre, mas uma visita ao email.

Quem sabe?

Olhos vazios ditam o ritmo da vida.

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 13/08/2015
Reeditado em 13/08/2015
Código do texto: T5345024
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