PASSAGEIROS DO TREM
 
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Nesse louco vagar, nessa marcha perdida,
 O trem começa sua trajetória...
       Em cada estação não quer parar...
                        Ouvia-se gente gritar... Pare, eu quero descer...
                                   Ou quero chegar...
Um caminho muito estreito, os portões não estavam abertos!
Cada rosto mudado queria uma nova conquista!
E, enquanto ias, sonhando; os sons dos seus gritos egoístas, não temiam.
Pessoas pedia socorro como de um Deus, fecundava o deserto!...
 
“Morte não, vida sim”!
                                        Muitos diziam: Nestas estradas que abristes;
“Ninguém viverá”.
Muitos rolarão no largo choro triste. Pois, não suportará a pressa apressada do   maquinista pra chegar.
As águas morrem, os pássaros choram, os peixes pulam pra lá e pra cá.
  Maquinista pare...
Quero descer...!
              Eu não quero perecer... 
                                   O vento que Subia, descia sem parar...
                                               E nutrindo uma árvore, com grandes balançares.
Em uma  ramada verde, entre um ninho via   um beija flor!
 
Sementes que jogavam aos ares eram atiradas ao vento...
Passarinhos comiam e gentes suavam.
Lágrimas ardentes de suas faces desciam, e choravam de medo.
 Enquanto uns tentavam dormirem, outros ficavam em sentinela. Pois, o trem não parava cumprindo suas vigílias.
Os passageiros se aborreciam e não mais frutificava.
 Pois a terra povoada em que  se deitava a foice açoitava.
Enquanto uns  beijavam o sol, sobrava as colheitas,
Quando, aos beijos do amor, crescerem também as famílias.
Via multidões, no tumultuar as ruas; mas o trem não chegava.
No clamor do trabalho e nos hinos da paz, ninguém mais escutava.
Foi subjugado o olvido, através das idades que o trem só esquentava.
O Violador dos sertões, que tocava no trem tentando consolar os que choravam... Diziam!
Calma minha gente, o coração é forte, a alma florescem mesmo nesse imerso      tremor; todos viverão... Cada vez os povos tremiam.
“Mas em silêncio agora, se cala a estranha voz”.
Dorme de novo tudo; e o trem não chegava.
 
Ao deslizar pelo arvoredo mudo, como um choro de prata algeme,
o luar escorre da terra, sob a paz estrelada do espaço,
tudo é todos os dias...
E os que não temiam morriam, outros gemem, e choram tristes.
Eis!
Ai agora, o trem desembarcava. “O maquinista dizia”;
Viagem com vontade de sonhar, você possa até chorar; sem se lamentar, ou sofrer... E, sem culpar.
Que haja amor sempre...  Pense em recomeçar sorridente.
Em tudo que se vê cria, e em tudo que se cria frutifica.
"A vida só vai lhe dar aquilo que você der a ela!"
 
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Imagens internet
Angelly Negreiros
Enviado por Angelly Negreiros em 03/09/2015
Reeditado em 18/02/2018
Código do texto: T5369112
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