Você acorda e me olha

As asas feridas desenham o voo baixo e apalpam o silêncio. Sob a luz cansada a valsa triste sonha virar bolero e conserta o concerto onde flautas se escondem entre lírios.

Venha e me ouça: dizem.

Desça e me abrace: sonham.

As pupilas molhadas, as papilas da fala, a espuma amarga. As palavras acodem, sequiosos, e a música decresce, pétalas por todos os lados.

Você acorda e me olha.

Francisco Zebral
Enviado por Francisco Zebral em 15/09/2015
Reeditado em 12/04/2021
Código do texto: T5382534
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