Fim dos Dias.
Quando eu morrer - que não tarde - não quero que ninguém vá a meu enterro, além do coveiro e dos pedreiros, necessários! Muito menos quero esse negócio sem graça e desumano de velório, ficar vendo um corpo morto dentro de um caixão rodeado de flores e pessoas chorando, muitos chocados, outros até rindo. Quando eu morrer podem até me enterrar no quintal ou mesmo dizer que não morri, que saí por aí e ninguém mais me viu, nem no fórum, em casa, no escritório, nem na praça, na biblioteca ou no botequim do seu Joaquim. Quando eu morrer nem sei mais o que pode ser, fazer ou dizer, e vocês, os ainda vivos, façam ou deixem de fazer o que bem entender, desde que o bem, no mais pouco interessa. Fora do corpo, voando como pássaro novo, parafraseando Legião, longe do ninho.