Não sobra nada

Quis ir buscar-te em palavras

saborear-te com os meus sonhos

recordando infinitamente a madrugada de Novembro que me soletrei a ti...

Mas hoje não sobra nada...

Nem essências ou magia

nem fome, nem sede

cheiro

ou qualquer sabor

O prato está na mesa insípido

Vazio

incolor

Triste sem qualquer brilho

como uma culinária sem gosto

ou aditivos...

Não sobra nada...

Nem restos

ou remendos para consertar..

Fico somente com a tristeza nos dedos

que se reflecte aqui

sem força para os talheres

olhando um prato que outrora esteve cheio...

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 27/09/2005
Código do texto: T54259