Negra

Negra

Sou de cor

Negra de alma,

Coração, de razão.

Não refuto a minha cor

Nem a dor que assola

Meu povo, sofrido,

Corroído por desatino.

Cor maltratada

Por um povo incestuoso,

Temeroso.

Me fiz guerreira.

Livrei minha alma,

Branqueei a culpa dos loucos,

Insanos,

Bastardos da Pátria.

Alegro- me por minhas crenças

E pelo ritmo

Balançante dos meus quadris.

Sou Negra

Fruto da benevolência do Criador,

Sou forte,

Herança da guerra escura

E cativa das lembranças.

Quebrei grilhões,

Ao chão fiz cair pelourinho,

Enchi alforjes

De glória e liberdade.

Sou nobre

Sou de cor

Sou mulher

Sou negra.

Pirritinha
Enviado por Pirritinha em 16/11/2015
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