Negra
Negra
Sou de cor
Negra de alma,
Coração, de razão.
Não refuto a minha cor
Nem a dor que assola
Meu povo, sofrido,
Corroído por desatino.
Cor maltratada
Por um povo incestuoso,
Temeroso.
Me fiz guerreira.
Livrei minha alma,
Branqueei a culpa dos loucos,
Insanos,
Bastardos da Pátria.
Alegro- me por minhas crenças
E pelo ritmo
Balançante dos meus quadris.
Sou Negra
Fruto da benevolência do Criador,
Sou forte,
Herança da guerra escura
E cativa das lembranças.
Quebrei grilhões,
Ao chão fiz cair pelourinho,
Enchi alforjes
De glória e liberdade.
Sou nobre
Sou de cor
Sou mulher
Sou negra.