Carta ao invisível

Escrevo estas linhas sem destinatário especifico.Ao menos por enquanto. Escrevo ao invisível. Ao etéreo. Ao que nada sabe. Ou quem sabe tudo. Tem dias assim. Eu me sinto um poço sem fundo.De dúvidas.De perguntas.

E todas as perguntas parecem sem resposta.Outro dia um homem me disse - você não sabe nada sobre você mesma...E eu respondi- Acho que não sei mesmo. E alguém sabe? Alguém realmente sabe as respostas? Eu falo de respostas claras. Que não sejam as velhas respostas facilitadoras. Da ciência. Da religião. Da fé.

Como eu queria não pensar. Simplesmente não pensar. Simplesmente acreditar. E seguir. Seguir vivendo. Sem questionamentos. Tudo seria bem mais fácil. Menos angustiante. Mais leve. As vezes a gente consegue. Joga essas coisas todas para o fundo. O fundo do saco. Do poço. E segue vivendo "feliz". Porque não? Que chatice essa vida de questionamentos. Essas névoas atormentadoras. Essas madrugadas insones. Essas idéias malucas.Essas perguntas sem fim. As vezes o medo. Outras, tanta coragem.Noutras a neutralidade. Quase a indiferença. O silêncio. A vontade de ser sucinta. E não conseguir. A necessidade de poder dizer tudo o que se pensa em uma só frase. E se fazer entender por todos. E se sentir igual a todos. E ao mesmo tempo tão diferente. Tão solitária. E tão feliz. E tão leve. E tão pronta.

P.S. Carta de uma doida ao Invisível

25/04/2014

MS VaGaLuMeAnDo

MS Vagalumeando
Enviado por MS Vagalumeando em 13/12/2015
Código do texto: T5479185
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