Loucura

Tenho um pouco de medo de acabar como muitos dos grandes poetas universais: louca e solitária.

Escrever é a única coisa que faço verdadeiramente bem e com prazer e sei que isso pode matar-me... afogar-me em um mar de por quês sem respostas, em uma melancolia sem fim.

Gostaria de fugir de um destino tão sombrio, mas para quem nada tem ou é esse futuro está mais do que bom.

Tenho medo de acordar qualquer dia desses e finalmente ver que aquele julgo amar, nada mais é do que o correspondente à musa inatingível de tantos poetas...

Tenho medo de um dia me perceber sozinha, envolta de velhos móveis cobertos de pó e crer estar em um palácio sendo rainha.

Tenho medo de essa mesa não ser real, de essa caneta e esse papel tbém não o serem. De não ser real a mosca que voa sobre minha cabeça: tão livre por possuir asas e tão presa por não ver nelas muita utilidade entre quatro paredes...

É assim que me sinto, talento desperdiçado, muito saber para pouco fazer. E ainda tem a idéia de tudo poder ser um sonho. Quem sabe, ao menos a esperança de sendo assim, já que o sonho é meu, nele se realizariam todos os outros... não me importaria estar entre móveis empoeirados se julgasse ser a rainha de um castelo, por que melhor é ser formiga e crer-se leão do que se conformar à sua mesquinhez, ou sendo grande não percebê-lo.

Um brinde, pois, à loucura... ela é fonte de felicidade...

Tim, Tim !!!!!!!!!!!

Texto escrito em 09/01/2006

Deise Caroline Nunes
Enviado por Deise Caroline Nunes em 03/07/2007
Reeditado em 15/02/2010
Código do texto: T550269
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