Memórias

A água quente corria pelo corpo trêmulo,arrepios e calores,e o tempo paralisado,um doce instante com cheiro de jasmim e frutas vermelhas...

Orando aos céus,à mãe Maria,roga piedade,e dos olhos caem lágrimas que se misturam ao doce das frutas,salga seu corpo,e numa fração de segundos fica todo branco,arde!

Assustada ela se imobiliza,as lágrimas correm,e o pranto desemfreado sugere um momento dentro do enigma;drama e canção;vida e morte.

Lembranças de um tempo onde havia união.

Saudade da família,eram crianças brincando na vila.

O corpo já vermelho coça.

A água que acaba,a lágrima seca.

Mumificada de sal ela se desmancha,tal qual o bonequinho doce.

Bonequinho doce,espere um pouco!! ela ainda ouve a mãe gritar,contando a estórinha da infância.

O sorriso maroto,os olhos cor de mel.A mãe amorosa,a voz doce que ecoa em sua lembrança : - Syl ! Syl !

E o tempo em zigue-zague traz de volta o sabor do amor de toda sua vida.

Nem a morte,nem a vida, são maiores que o amor.

Tanto tempo ou um breve instante ?

Vinte e quatro anos.

Hoje,memórias.