NOVELA DA TEORIA PROBATÓRIA POR ANÁLISE FILOSÓFICA DA DISPUTA PELO PERDÃO

A cada hora, silvo mais alto

O cume solto, envolto e estridente, repõe-me com musgo

Sou briófita heterozigota tentando eclodir, com tudo, aos poucos

Não queria que rasgasse o Julho como a pétala enferrujada

Sobre os tinos mudos na calçada; vetores em chamas

Lembrança se faz rogada (e já se aponta nostálgica).

A força amena pela brisa bate e abate solstício, late o chá entornado

Inverno a sepultar vezos do calor, vozes e rumor – rolos do verão

Raspa ofusca logarítmica razão, sempre fatorial!

Tranquemos, pois, portas malditas, ceras de se emplastar cabelos

Que os ventos não derrubam

Nas noites empoeiradas, rezo um quinto ao inferno latente

Teor etílico, bucólico e ausente.

Com franqueza, bate o crânio à aldrava sápida

Deveras sábia e eloqüente como a mudez ou a invalidez

Severa tal qual a mingua da lua triste, amarela e gris

Dum sonho introspectivo e fulgurante

Trevas relutantes, “eu” a solapar mananciais

Trocado miúdo em tese, no escuro, a flutuar

Teoremas a lançar dados ao altar.

Vela do ataúde semi-cerrado, meio clara

O corpo glacial inquietado por palavras

Que feriram enquanto souberam da vida de alianças

Nas idas, perseveranças, amplitude sórdida das aparências

Memória de balcão

Dois cacos de vidro na mão e a louca e ardente solidão

Nem sequer senão; “quem” ao invés de “estão”...

Sem perdão!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 04/07/2007
Reeditado em 03/07/2009
Código do texto: T551583
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