O fim dos ciclos

Durmo

no sonho um molusco caminha sobre mim:

ou uma tartaruga?

Acordo

e antes do esquecimento

o sonho se abre como uma cortina

As teias entre ele e eu são de aranha

vivas

deixam-se atravessar

a princípio resistentes

Uma tartaruga marinha

verde no verde mar

mostra o fim da pressa

O futuro é hoje

não há mais onde chegar

hoje, o fim dos ciclos

Agora resta viver cada segundo

cada respiração pode ser a última

vivo o que não controlo

A morte

eminência parda

o animal ao qual me alio