VEM AMOR

Evaldo da Veiga


Nem sempre o mundo caminha bem.
Imagino os caminhos que nunca segui
e a cruz que só pesou em minha imaginação frágil.
O tempo passando e eu deixando de dizer e fazer.
Vontade de recompor o tempo, frágil vontade.
Minha única reação foi a omissão em não aceitar
que tudo já estivesse consumado, ainda bem.
E nesse estado de nada, flutuo sem alicerce,
e o meu chão cada vez mais distante,
nem sequer uma esperança...
mas não aceito a consumação do nada...
Sinto que já não sei quem sou,
se rico ou pobre, somente um perdido no tempo.


Vem amor, quantos sonhos precisamos sonhar...
Fé na vida, ela oferece retorno.
Nem sempre é pra onde a vida deseja levar.
Nossa força conta desde que saibamos ditar.
Vem em nosso rumo amor,
se tens mágoas esquece, menos um fardo pra carregar.
Estabeleça um peso, nem o comodismo nem o excesso,
nada é rigorosamente bom ou ruim,
dosagem amor, é o equilíbrio necessário
no desfile da vida.
Façamos da ida um passeio, de fazer e reconstruir...
Não existe vida sem movimento.
Qual, nada de realidade triste,
a única realidade boa é a que brota do sonho,
que regenera cada instante de dor em esperança...
Vem amor em nosso destino, há vida, sim!
Juntos, temos maior chance de construção.
O que se fez perdido reencontraremos, se for vida e amor.
Tristeza e desilusão em rota distante,
aprenderemos por onde seguir, o amor ensina.

Imagem: Gala, Musa do Salvador Dali


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