Nesta sala de espera

Era uma grande sala de espera, com aquele sentimento gelado que costumam ter, demasiadamente claro, como que parecendo a idealizaçao de um lugar perfeito.

Ali se encontravam grande número de pessoas. Não como nas arquibancadas de um jogo de futebol na copa do mundo é claro mas, bastante, se parassemos para analisar cada uma daquelas vidas.

Digo isso pois a maioria delas possuía já, uma coleção de primaveras. Certamente a sala tinha adultos, nas mais variadas fases desta etapa, também jovens e jovenzinhos como eu, os quais da vida já crêem saber demais e quem sabe até alguma criancinha estava ali.

O fato é que, o fato de se ter tanta vida acumulada assim, respirando o mesmo ar, dividindo a mesma sala é algo extremamente perigoso.

Sim, perigoso como tocar na caixa de energia, como andar de carro sem cinto de segurança, colar no vestibular, pular do oitavo andar e dirigir alcoolizado. Pois leva a loucura, seja ela perpétua ou aquela, a simples momentânea.

Quantos amores perdidos, quantos empregos, quantos aprendizados, quantos carros, quantas décadas, quantos trens, quanta cura, quantas árvores, quantas vistas, quanto lixo, quanto ódio, quanto conhecimento, quantos filhos, quanta tinta, quanto perdão, quantas casas, quantos sonhos, quanto dinheiro, quantos livros, quanto peso, quanta doença, quanto medo, quanta dor. Aqui estavam reunidos.

LizaBennet
Enviado por LizaBennet em 27/01/2016
Reeditado em 28/01/2016
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