Seus lindos olhos traduziam o encanto profundo, deixando escapar a paixão nutrindo o coração que palpitava obedecendo ao ritmo da mais doce emoção.
Mas ela não confessou o sentimento.
 
As mãos suaves e trêmulas pretendiam revelar o desejo envolvente, a imensa vontade de aceitar o romance sem incertezas ou temores.
Outra vez a moça calou, não assumiu o gostar.
 
Sua voz trazia uma hesitação como se ela precisasse gritar, admitindo não mais poder guardar as carícias idealizadas, necessitando efetuar o mergulho mágico almejando a felicidade.
Entretanto o silêncio teimou, nada disse a flor.
 
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Nos sonhos percebeu que rejeitar ou moderar o querer seria impossível agora, porque, nessa hora, a serena poesia aflora, afastando o medo, contestando a dúvida, apenas inspirando a inocente aventura capaz de confirmar o sentido, desfazer laços, estimular ternos abraços.
Finalmente ela afirmou que ama, admitiu, repetiu, não permitiu negar a alegria crescendo, preenchendo, vencendo.
 
Nesse momento dançaram os pássaros, aplaudiram as flores, bem jovial a Lua saudou o Sol que começava a iluminar o dia, planejando clarear as delicadas pegadas de novos apaixonados, recordando assim o recado sublime, convite o qual a vida otimista oferece, o mundo tolo esquece, a verdadeira paz favorece.
 
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Ilmar
Enviado por Ilmar em 04/02/2016
Reeditado em 04/02/2016
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