NO CORAÇÃO

Hoje minha noite chegou mais cedo, e lá, entre as estrelas, o meu medo de viajar o céu, minha crença quando criança. Contos de fadas me ensinaram a sonhar, o vento que me levará por entre as luzes cintilantes, parece uma história que ao dormir me criou a dúvida entre chorar ou sorrir, pois que não sou príncipe nem um vilão caçador. Não sei realmente o que sou, tão triste que me compreendo ao gargalhar por entre as lágrimas. O mundo cresceu acreditando que a morte é passageira, que chegará e irá embora como o vento em tardes de verão, mas o que o vento leva, vai-se, esvai-se, crescendo no coração uma emoção que conta do presente ao passado, tão somente, porque o futuro, perdeu-se como perdi meu encanto, enquanto cresci ignorando o fim e relegando os contos que me fizeram homem enquanto criança a simples ilusões infantis. Sou tão gente quanto o mundo é culpado, se sou desencanto, o mundo sobra em espanto, espanta-se com sua obra, com a sede precoce em seus rios, me desencanto em meus versos da meia noite, antes poesia, hoje um lamento em forma de profecia. Resta-me a razão passageira, de conhecer-me finito e continuar resistindo, sorrindo como se infinito fosse e guardando ao mundo minha verdade, pois que inverdades são as ilusões, de que tudo é vão e passageiro nesse planeta, que nos matará primeiro antes que pereça.