Cacos e Pedaços

Havia muitos cacos espalhados. Muitos versos rabiscados pelas paredes, muitos pedaços de gentes perdidas por ela mesma. Muitos, muitos pedaços. Sentiu-se sobrar naquele quarto. Sentiu-se, ainda mais pequena diante da casa, que nem era grande. Olhou-se no espelho: ENORME. Como uma pesma pessoa poderia contrastar-se tanto?

ENORME... pequena.... Muitas. Sentiu-se muitas e todas elas contrastavam e brigavam entre si... ao mesmo tempo. Ser mulher é, às vezes, contraditório.

Sentiu-se triste. Mais ainda quando lembrou que... Lembrou. Expectativas... muitas. Expectativas, talvez, que foram contestadas com uma meia-verdade que ela nem sabia. Mulheres....

Chorou todas as lágrimas que poderia. Lágrimas injustificáveis, até, uma vez que nem havia a confirmação de suas suspeitas. Mas chorou de despeito, de raiva, e por causa da existência possibilidade. Vida insosa, sem graça....

O espelho mostrava pedaços de uma moça que ela sequer queria ser.