" Amor de Estação..."

Começou no exato instante que entrei no vagão, era primeiro de Janeiro e a estação Vergueiro, sinceramente , jamais esperei algo diferente para o primeiro dia do ano (...) Assim como jamais poderia imaginar que um “simples” olhar pudesse tirar de mim tão facilmente o equilíbrio..... Próximo a estação São Joaquim você sorriu pra mim (...) Tentei ignorar e fui desmascarado automaticamente pelo reflexo de seu rosto no incontestável vidro, fiquei sem abrigo... e o condutor anunciou “Próxima estação Liberdade” essa mesmo que eu acabara de perder, o incomodo de não conseguir tirar os olhos dela, era algo sem tradução, percebi que estava com um livro na mão, e tentei disfarçar o foco de meu olhar mais uma vez, sem sucesso.... teu olhar fixo, me dominou por seis segundos o instante de silêncio só foi “quebrado” quando condutor como um despertador analógico falou “Próxima estação Pedro Segundo....” eu iria descer na Sé...... mas mudei de ideia, queria saber realmente se você não era apenas uma epopeia criada pela minha mente (...) E próximo a “Estação da Luz” antes mesmo do condutor gritar no meu ouvido.... me aproximei e arrisquei uma papo contigo, obvio que não pensei em nenhum assunto de imediato a não ser saber o seu nome, de onde veio e para onde estaria indo.... Você riu, pelo início de assunto inusitado... e eu só consegui ficar extasiado (...) O livro que lia era de auto-ajuda, não que precisa-se, me contou apenas, ficou curiosa com “tema” Segure minhas Mãos” e eu completamente louco para segurar as suas (...) Passaram-se, as estações Tiradentes, onde eu deveria desembarcar, Armênia e Tietê e eu completamente enfeitiçado por você. Após a estação Carandirú... senti todas as minha emoções despidas, praticamente nu, me disse que iria descer na próxima estação para meu desespero.... pois no andar da carruagem e por falta de coragem, não perguntei teu nome, o ditador em forma de condutor gritou mais uma vez, abafando o silêncio doce de seu sorriso, “Próxima estação Santana....” desembarque pelo lado direito do trem, mas antes de sair, sorriu e me deu seu livro.... a porta fechou e meu céu pessoal também, mas não por muito tempo, abri o livro e na capa teu nome e telefone, e hoje ainda sou seu primeiro e mais fiel homem (...)

(...) O Acaso é um enigma, cheio de recados inusitados, se o telefone tocar... atenda, pode ser a voz que esperava ouvir, e depois resta apenas sorrir!!!

JLuis in Verve
Enviado por JLuis in Verve em 13/02/2016
Reeditado em 18/12/2019
Código do texto: T5542525
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.