Náuseas Registradas em Nanquim

A ânsia que me percorre agora

Segue pelo caminho mais tortuoso do meu ser

E me avisa que é hora de levantar e sair daqui

Procuro um lugar para despejar tudo que um dia fui forçada a engolir

No âmago de meu estômago sinto o líquido relutando para sair

Vejo as mágoas que um dia ansiei guardar pela mínima precaução de tornarem-se algo bom

No fado disperso

Tão nebuloso aos meus olhos tristes

Pupilas exaustas, átomos tristes

Eu me vejo sentada, serena

Num meio fio qualquer

À meia noite, meio fria

E gélida, ajoelhada agora estou

Respiro fundo

Me preparo

Me permito

Deixo-me esvaziar

Em um só jato estou livre

Liberta

Aberta

Feliz

Talvez

Só talvez

Na calada da noite fria

Eu, fria e calada

Vomitei poesia

Na calada da noite serena

Eu, serena e calada

Vomitei poema

Isabela Maria
Enviado por Isabela Maria em 23/02/2016
Código do texto: T5552603
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