Feito pluma
 
Feito de pluma, leve de evaporar,
feito de pequenas doses de louca paixão,
Construído na corda bamba dos parcos sonhos,
do querer viver, do querer sonhar.
Passou tão depressa, pelo meu coração,

riscou meu caminho, vendaval, foi verdade ou ilusão?
 


 
Ando cabisbaixa a decifrar,
no silencio deixado, no chumbo trocado,
Que forma será essa de amar?
Ando meio a toa, um certo pairar no ar,
estado vazio de olhar febril,

ando as voltas com esse calar...
Calou-se a voz e o existir,
calando o ruído, rouco, desse tal sentir,
Sem eco restou só o lugar,
precipício do breve tentar...

 
 
Cobro de mim explicação,
sobre _tudo, sobre agora,

em que segundo o teu chegar se foi embora?
E eu nem vi esse partir?
Será que teus pés no meu chão sequer pisaram?
E tudo foi lorota do meu tonto coração?
 

 

Sem pétalas de rosas nem trilha sonora,
parte um amor de fina textura,
de rara doçura, de excessiva loucura,

vai-se um amor sem frente e verso,
talvez um desenho, um rabisco,
que o pó do tempo há de levar...
 
 
 

Isso porque o amor de tão pouco não se faz,
de várias nuances e todo um fragilizar,
e pode existir intenso, num ontem que é breve encanto,
E hoje? O que será?
 
 
 
De tudo restam as letras,
linhas tortas, verbos pelas gavetas,
tintas secas nas canetas,
o teclado empoeirado,
o querer descompassado,

a vontade de voltar lá no passado,
que é logo ali...
E quem sabe desenhar um re_começo,
outro riso, outra estação...

 
Quem sabe o que foi não será em vão?



 








Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 26/02/2016
Código do texto: T5556209
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