ETERNA QUERÊNCIA (AMOR DE MOLHO NA BOSSA)

Pode-se preferir um dos Caymmis

Pode-se até olvidar dum amor de vime

Que em desencontro com o mar, fez-se

Tristeza de pedra, como perda em manhã de Julho

Dos mesmos tons e marulhos a me julgar urgente.

De concreto, o eterno sorriso cândido e vil

Na passarela de aquarela distante e sôfrega

Invadindo da noite, o cio da madrugada dispersa

Ébria e um todo romântico malte

Que ao invés de rançar, fermenta fé à discórdia.

Coisas principais:

Amar mais e mais e, no mais, amar

(muito além de quatro terços)

Inconsequentemente, incontestavelmente

Por quedas e obras d’água, enchentes do peito

Leito de vida em torno da risonha morte.

Flor de corte

Por mais profunda que se assemelhe

Por mais prófuga que se emprenhe

Há tristeza caída nos buracos do dente.

Ali, recônditos; aqui, expostos

Como afronta do calor em torno do vidro

Que inerte è, e sendo, pois, assim:

Não temos o direito breve de ser lebre

Devemos fruir com pejo, graça e ensejo

Tudo o que nos foi apresentado e...

Eternizado.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 08/07/2007
Reeditado em 09/07/2008
Código do texto: T557029
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