Saudosismo
Formámos um dueto…
Num só olhar rasgado pelo tempo
Pálpebras caídas em memórias que ficaram
Rímel esborratado pelas lágrimas que derramámos
Contrastando com as gargalhadas sonoras outrora dadas
Rugas intemporais envelhecidas e tristes contando as história que trouxemos.
Expressão que não muda
Que fica, vive, adormece e acorda quando a saudade aperta…
Formámos o dueto, sem palavras em sintonia de canto
Canto do pássaro livre
Rapina
Sem terra ou lugar…
Sintonia da voz rouca, ora em gritos silenciosos
Ora em silêncio gritando ao universo de nós próprios.
Pele que magoa
Cicatriz que nos marca para sempre
Em risos humanos que nos olham
Em tristeza espelhada no reflexo dos meus olhos
Quando o saudosismo me sussurra ao ouvido
E a história voa mais alto…