Saudosismo

Formámos um dueto…

Num só olhar rasgado pelo tempo

Pálpebras caídas em memórias que ficaram

Rímel esborratado pelas lágrimas que derramámos

Contrastando com as gargalhadas sonoras outrora dadas

Rugas intemporais envelhecidas e tristes contando as história que trouxemos.

Expressão que não muda

Que fica, vive, adormece e acorda quando a saudade aperta…

Formámos o dueto, sem palavras em sintonia de canto

Canto do pássaro livre

Rapina

Sem terra ou lugar…

Sintonia da voz rouca, ora em gritos silenciosos

Ora em silêncio gritando ao universo de nós próprios.

Pele que magoa

Cicatriz que nos marca para sempre

Em risos humanos que nos olham

Em tristeza espelhada no reflexo dos meus olhos

Quando o saudosismo me sussurra ao ouvido

E a história voa mais alto…

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 02/10/2005
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