FERMENTO DO AMOR
A cara murcha e cálida do sol
Deu-me tapa à sobrancelha erguida
Sabedoria e tumor no cio da tristeza
Palácio erigido a milagre e cianeto.
Da levedura abraçada ao peito
Da atadura encarquilhada com jeito
Dos jangadeiros a esmo em sobrevôo
Pelas barbáries que vislumbra o espelho.
Mais podres sensatos lados, bactérias
Todas arestas limadas, ferozes artérias
Um caldo de menta virgem – repolho
Na casa mendiga do outro. Por quê?
Dou-lhe face de pina colada
Dou-lhe atavio a me encorajar
Sou reles sobra de nada a bailar
És a antocianina cristalina violeta.
Por cedo deixar balcão e bar
Prometo deixá-la me amar
Encontro das águas, segredo
Lavar a alma e cerzir o medo.