FERMENTO DO AMOR

A cara murcha e cálida do sol

Deu-me tapa à sobrancelha erguida

Sabedoria e tumor no cio da tristeza

Palácio erigido a milagre e cianeto.

Da levedura abraçada ao peito

Da atadura encarquilhada com jeito

Dos jangadeiros a esmo em sobrevôo

Pelas barbáries que vislumbra o espelho.

Mais podres sensatos lados, bactérias

Todas arestas limadas, ferozes artérias

Um caldo de menta virgem – repolho

Na casa mendiga do outro. Por quê?

Dou-lhe face de pina colada

Dou-lhe atavio a me encorajar

Sou reles sobra de nada a bailar

És a antocianina cristalina violeta.

Por cedo deixar balcão e bar

Prometo deixá-la me amar

Encontro das águas, segredo

Lavar a alma e cerzir o medo.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 09/07/2007
Reeditado em 09/07/2008
Código do texto: T558314
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