Vou me embora para Maratham

Vou-me Embora pra Maratham

Prosódia de "Vou para Passagarda"

de Manuel Bandeira

( Canto do Zartino em memória ao pedacinho do céu dele, um pouquinho meu também, Defranco)

Vou-me embora pra Maratham

Lá sou amigo do rei

Lá tenho o cavalo que eu quero

No melhor arreio

Vou-me embora pra Maratham

Vou-me embora pra Maratham

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

Onde o canta o Anú Branco inconsequente

Como se de sabiá fosse parente

E como não farei ginástica

Andarei de bicicleta até Arapongas

Montarei em burro brabo

Não subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de açude

E quando estiver cansado

Com vontade de trabaiá

Deito na beira do rio

Esperando a vontade passá

Vou-me embora pra Maratham

Na Maratham não tem tudo

É fora civilização

Não tem WhatsApp

Tem sol à vontade

Tem primas bonitas

Pra a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Ao canto do Anú Branco

Der vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei o cavalo que eu quero

No arreio escolhido

Vou-me embora pra Maratham

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconsequente

Que o Anú Branco canta

Como se do Sabiá contraparente

Montarei em burro brabo

Não subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de açude

E quando estiver com vontade de trabaiá

Deitarei na beira do rio

Esperando a vontade passá

Vou-me embora pra Maratham

Em Maratham não tem tudo

É fora a civilização

Tem primas bonitas

Para a gente namorar

Vou-me embora pra Maratham

Pra nunca mais vortá.

Defranco
Enviado por Defranco em 04/04/2016
Reeditado em 04/04/2016
Código do texto: T5594957
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