Walter

O risco na parede sabia de

corpo inteiro as partes separadas

daquele peito-prático.

O calor era de ontem e o portão na janela

urrava por um Filo de dentes cariados

-apesar de estático ser o seu único estilo-

Um filete de sangue nú era sugado

pelas engrenagens de patas amareladas

O suor era tagarela e acalmava e

o hálito produzia um navio tripulado

cujo motim aclamava ser amarela, amarela

antes da dúvida reduzí-los de novo a gado.

Penava em uma estória de gansos

loucos e os dedos tremiam, perecíveis

enquanto pousava a cabeça no escuro

fora de órbita e densamente pálido.

A essa altura as bandeiras já corriam

pelos sorrisos do semiárido.

(era dia na cútis lá fora)

Decidiu surrar as cavernas das têmporas

até parir uma pérola pra dar de esmola

e foi embora pra não se lembrar que

já a vida reinava com o seu contrato.