LABIRINTOS
LABIRINTOS
Caminhando pelas ruas vi o paupérrimo ser.
A imundície nos olhares de abandono.
O desamor retratado na pressa das preces,
O banal sendo acolhido como chuva permanente,
Onde a semente se espalha trazendo o transgressor.
Vi o facínora circulando no mercado,
Com suas mãos cerradas, barganhando liberdade.
O tolo nas calçadas, doendo sua alma.
A leviandade tórrida.
O choro, o clamor, a lamúria e a penúria.
Andando nas ruas vi a pobreza,
Brotando ligeira no coração duro.
Vi o cético acreditar no falsário
A dor embalsamada do homem zaino.
Os corpos apodrecidos,
Não menos que o cerne possuído.
Vi o homem destroçado pela má fé.
Vi o desigual ser acordado.
O açoite do poder.
Aquelas ruas são estradas
Que arruínam, dilaceram, estragam
Que corrompem, que matam.
São luzes vermelhas, que chamam, e possuem.
São labirintos, aquelas ruas.