LABIRINTOS

LABIRINTOS

Caminhando pelas ruas vi o paupérrimo ser.

A imundície nos olhares de abandono.

O desamor retratado na pressa das preces,

O banal sendo acolhido como chuva permanente,

Onde a semente se espalha trazendo o transgressor.

Vi o facínora circulando no mercado,

Com suas mãos cerradas, barganhando liberdade.

O tolo nas calçadas, doendo sua alma.

A leviandade tórrida.

O choro, o clamor, a lamúria e a penúria.

Andando nas ruas vi a pobreza,

Brotando ligeira no coração duro.

Vi o cético acreditar no falsário

A dor embalsamada do homem zaino.

Os corpos apodrecidos,

Não menos que o cerne possuído.

Vi o homem destroçado pela má fé.

Vi o desigual ser acordado.

O açoite do poder.

Aquelas ruas são estradas

Que arruínam, dilaceram, estragam

Que corrompem, que matam.

São luzes vermelhas, que chamam, e possuem.

São labirintos, aquelas ruas.

Pirritinha
Enviado por Pirritinha em 13/04/2016
Código do texto: T5603629
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