Testamento

Não me apaixonei por um poema

Quando o li, lhe reconheci

E fui assim te amando poesias afora

Colhendo palavras desde a primavera

Toquei cada sílaba como à tua face

Chorei cada nunca como se fosse

Aguardei toda aurora por esperança

Esperei como nunca que me deixasse um beijo.

Ainda lhe tenho esse amor que não se explica

Um tanto irracional, nada lógico, utópico até

Mas, seu, que lhe deixo sem reservas, condições

Que se deita no teu colo imaginário e sonha

Vislumbra nova primavera em outra esfera

Quimeras quem sabe aonde vou te encontrar.