Procurei -te
Procurei -te na leveza das palavras expressas na poesia que constantemente me urge. Procurei -te na insensatez das minhas atitudes estúpidas. Deambulei, naveguei, procurei -te, perdi -me. Procurei -te nas estrelas e não te encontrei. Procurei -te em todos os cantos da minha cidade, em todos os bancos da praça. Procurei -te nos suspiros fantasmagóricos da noite sem lua. Procurei -te nos mistérios da minha depressão. Procurei -te na essência daquilo que sou quando te quero. Procurei -te nos choros estagnados na garganta adentro. Procurei -te nos meus cantos sorumbáticos nas tardes das terças-feiras. Procurei -te na doce melodia das águas do mar. Olhei para o céu, imaginei -te. Ah, no vértice das tuas pernas reside a essência do meu suor, foi o lugar onde mais te procurei e achei apenas a tua face. Procurei -te no Jardim dos teus beijos e achei a outra parte de ti. Procurei -te em tudo e em nada. Procurei -te nos mil orgasmos gravados na memória dos nossos lençóis. Procurei -te nos movimentos alarmantes e leves. Procurei -te na fragrância floral e achei—te.