Minhas Vísceras Amigas.
Nunca me deram a mão e nem pedi.
Atravessei as ruas às cegas.
Atropelado diversas vezes...
Ossos dilacerados...
Ergui-me sozinho como um soldado no escuro da primeira guerra mundial...
Arrastei-me até a beirada e lambi minha ferida na ânsia de curá-la!
Os estilhaços sobrevoavam minha cabeça e eu ria...
Torcendo para que um me explodisse...
Eles, de seu lado, zumbiam e causavam a impressão de rirem de mim também...
Ambos ríamos um do outro...
Vida e morte abraçados e tomando uma vodka em San Petersburgo, num frio dos infernos...
Aquilo sim era uma fração de esperança na ânsia de abraçar minha criança quando minhas vísceras se expunham e davam risada da minha cara.