Alegres feitos

Se fez carne nas próprias lembranças e projetou nas paredes do mundo as sagas mais íntimas. Combateu as hemorragias, os cânceres e a cólera que por tantas vezes pisou-lhe a carcaça. Redesenhou o layout do próprio inconsciente, removendo o lixo e as poças de sangue e vômitos, assim como as sombras dos demônios leprosos do seu próprio ser. Relembrou seus alegres feitos e lambeu a lágrima que descia a montanha de si mesma. Sorriu como sorriem os livres e jogou o próprio corpo no mar. Sorriu e jogou a própria alma no limbo.

Tim Soares
Enviado por Tim Soares em 26/04/2016
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